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NOTAS CONCLUSIVAS

Como forma de dar continuidade a este trabalho, devem considerar-se os destaques apresentados ao longo do documento e os vários aspetos que daí decorrem para a criação de conteúdos de educação e sensibilização ou para a definição de políticas públicas. A relação que se estabelecer entre os três subtemas é fundamental para reforçar o fator humano. Fortalecer as atitudes pode ajudar a tornar os comportamentos mais sustentáveis. Isto é, por exemplo, o aumento da preocupação em relação à cibersegurança pode, em certa medida, promover um uso mais adequado da password. Identificados problemas nas atitudes e comportamentos, eles devem ser colmatados em sede de educação e sensibilização.

No futuro, pretende-se manter a regularidade deste relatório. Todavia, existem alguns riscos quanto à manutenção dos indicadores apresentados, de modo a sustentar uma comparabilidade anual: os Eurobarómetros nesta área são especiais e, portanto, não são de regularidade previsível; alguns dos dados utilizados não têm equivalentes internacionais; e o dinamismo desta área conduz a que novos indicadores surjam com frequência e velhos desapareçam. Assim, é expectável alguma dinâmica no conteúdo.

Por fim, será importante em momentos posteriores articular estes dados com a Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço 2019-2023 de modo a acompanhar o seu impacto na sociedade portuguesa.


NOTA METODOLÓGICA

O Relatório Cibersegurança em Portugal – Linha de Observação Sociedade apresentado sustenta-se em várias fontes, com características diferentes. Uma parte importante destas fontes são inquéritos realizados por entidades como a Comissão Europeia ou o Eurostat. O Eurobarómetro especial 480 Europeans’ Attitudes Towards Internet Security, publicado em 2019 e referente a 2018, do âmbito da Comissão Europeia, tem um papel importante, juntamente com os seus congéneres anteriores. A este respeito recorreu-se quer aos dados transpostos para o documento final, quer aos que se referem a Portugal em particular e que careciam da análise mais aprofundada e extensa que se crê oferecer neste documento. Este inquérito ocorreu entre 24/10/2018 e 7/11/2018 e incidiu sobre 27 339 europeus, dos quais 1007 eram portugueses. Foram realizadas entrevistas presenciais. Para mais detalhes, ver anexos do referido Eurobarómetro e dos anteriores a que este dá continuidade: o 404, de 2013, o 423, de 2015 (referente a 2014), e o 464a, de 2017. De modo a compreender os dados em linha temporal, fez-se uma comparação entre os referidos relatórios, com as devidas adaptações e cuidados quando não exista equivalência entre os dados.

Também da Comissão Europeia, o Digital Transformation Scoreboard 2018 é outro dos documentos de suporte a este trabalho, em particular a análise de media online que aí se faz através da Digital Intelligence Platform, a qual permite a recolha de dados, em tempo real, referentes à opinião publicada, disponível em fontes abertas durante 2017. Para mais detalhe, ver as páginas 6-10 do referido documento.

Do Eurostat, recorre-se a três inquéritos parcelares disponíveis online: Confiança, Segurança e Privacidade no Uso de Smartphones (2018), Procedimentos de Identificação Usados para os Serviços Online (2018) e Barreiras Percebidas na Compra/Encomenda pela Internet (2017). Qualquer dos três está inserido nos questionários sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação por indivíduos no contexto doméstico, realizados pelos Institutos Nacionais de Estatística de cada país da União Europeia, com base anual. No que se refere a Portugal, a base respeitante aos dados de 2018 teve como amostra 6671 indivíduos, questionados entre 10/05/2018 e 08/06/2018. Para mais detalhe, consultar a explicação dos metadados disponibilizada nas plataformas dos inquéritos

O Inquérito ao Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação Famílias, de 2019, é realizado pelo INE, incidindo sobre 6624 unidades domésticas portuguesas, através de entrevistas, durante 3 meses de 2019, considerando pessoas com idades entre os 16 e os 74 anos. Para mais informação a este respeito, consultar a ficha técnica do supracitado inquérito, mencionado nas referências principais.

Por fim, no subcapítulo respeitante à Educação e Sensibilização, o tipo de análise realizada é primário, isto é, recolheram-se dados estatísticos da DGES e da DGEEC para analisar padrões e linhas temporais respeitantes aos inscritos e diplomados, homens e mulheres, no ensino superior em cursos de cibersegurança e segurança da informação. Procuraram-se, neste sentido, todos os cursos que, pelo seu título, se posicionassem como cursos ligados a esta área. As palavras-chave procuradas foram as seguintes: “cibersegurança”, “segurança da informação”, “segurança informática” e “informações e segurança”, sendo que se confirmou a relevância em todos os cursos que usam o termo “segurança” na sua designação. A referência a programas de sensibilização e treino obedeceu a uma pesquisa respeitante aos principais stakeholders nesta matéria, selecionando-se os casos que manifestamente não apresentam fins lucrativos.

O Inquérito aos Profissionais de Cibersegurança obteve 367 respostas consideradas válidas. Foi realizado pela AP2SI, em 2019, com o apoio do Observatório de Cibersegurança e disseminado por via digital online, com o suporte à divulgação da APSEI – Associação Portuguesa de Segurança, da Security Magazine e da Landing Jobs. Um inquérito disseminado deste modo apresenta limitações quanto ao controlo sobre a qualidade dos perfis de quem respondeu. A esse respeito, procurou-se fazer um trabalho posterior de ajuste de forma a tornar os dados mais válidos. Não obstante, os resultados devem ser lidos com cuidado.

A diversidade de fontes obrigou a que a sua identificação fosse o mais transparente possível e que se evitassem comparações diretas entre fontes diferentes. O Relatório que se apresenta pretende dar uma visão compósita e não uniforme.


ENTIDADES PARCEIRAS DO ÂMBITO DA LINHA DE OBSERVAÇÃO SOCIEDADE

AP2SI - Associação Portuguesa para a Promoção da Segurança da Informação

APDSI - Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação

Direção-Geral de Atividades Económicas

Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência


CONSELHO CONSULTIVO DO OBSERVATÓRIO DE CIBERSEGURANÇA

Alexandre Sousa Pinheiro (Professor Universitário em Direito)

António Brandão Moniz (Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa)

José Luís Garcia (Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa)

Luís Antunes (Faculdade de Ciências – Universidade do Porto)

Manuel Mira Godinho (Instituto Superior de Economia e Gestão – Universidade de Lisboa)

Maria Eduarda Gonçalves (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa)

Paulo Esteves-Veríssimo (Universidade do Luxemburgo)

Pedro Miguel Alves Ribeiro Correia (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – Universidade de Lisboa)

Sandro Miguel Ferreira Mendonça (ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa)


REFERÊNCIAS PRINCIPAIS

Relatórios

EC (2019) Special Eurobarometer 480 Europeans’ Attitudes Towards Internet Security. Brussels: European Commission. doi:10.2837/224814.

EC (2017) Special Eurobarometer 464a Europeans’ Attitudes Towards Internet Security. Brussels: European Commission. doi:10.2837/82418.

EC (2015) Special Eurobarometer 423 Cyber Security Report. Brussels: European Commission. Doi: 10.2837/411118

EC (2013) Special Eurobarometer 404 Cyber Security Report. Brussels: European Commission.

EC (2018) Digital Transformation Scoreboard 2018. Brussels: European Commission. Doi: 10.2826/821639.

INE (2019) Inquérito ao Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação Famílias. Destaques. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística.


Inquéritos

AP2SI (2019) Estudo sobre os profissionais de cibersegurança e segurança da informação em Portugal. AP2SI [disponível em https://ap2si.org/inquerito/resultados-2019/] (consultado a 24/11/2019)


Inquéritos parciais

Eurostat (2018) Identification procedures used for online services. Code: isoc_cisci_ip.

Eurostat (2018a) Trust, security and privacy – smartphones. Code: isoc_cisci_ip

Eurostat (2017) Perceived barriers to buying/ordering over the internet. Code: isoc_cisci_i


Artigos

Ajzen, I. (1993) Attitude theory and the attitude-behavior relation. In D. Krebs and P. Schmidt (ed.) New Directions in Attitude Measurement. Berlin, New York: Walter de Gruyter, pp. 41-57.


Última atualização em 18-07-2022