Em 2020, até agosto, o sistema infetado por malware representou 16% do total de incidentes, por tipo, registados pelo CERT.PT, o 2º mais frequente, depois do phishing, com 36%. Estes nºs são superiores aos do período homólogo de 2019, no qual 14% dos incidentes foram infeção por malware e 31% foram phishing. As posições no ranking de incidentes são as mesmas. Por vezes, o phishing é um veículo de disseminação do malware. Este último, porque é menos visível, pode atingir as vítimas de forma mais discreta e silenciosa, colocando os respetivos dispositivos infetados ao serviço de todo o tipo de atividades criminosas, tais como a mineração de criptomoedas, o furto de identidade, ou a participação em ataques distribuídos de negação de serviço.
O Eurobarómetro especial 499, de 2020, Europeans’ attitudes towards cyber security, com dados relativos a 2019, mostra que, entre os portugueses utilizadores de Internet, 76% estão preocupados com a possibilidade de serem vítimas de malware (a média da UE é de 66%); mas apenas 11% identificam ter sido vítimas desta ameaça pelo menos uma vez nos últimos 3 anos (a média da UE é de 28%); e 65% destas vítimas conscientes reagiram com alguma ação em relação à ameaça (a média da UE é de 52%).
Verifica-se, portanto, que se trata de uma ameaça relevante e que existe preocupação, mas que isso não se reflete em níveis semelhantes na percentagem de pessoas que se identificam como vítimas, em Portugal, comparando com a média da UE, embora os portugueses tendam a reagir mais do que a média da UE quando se reconhecem como vítimas.
A ENISA, no dia 10 de julho, publicou o Trust Services Security Incidents 2019 Annual Analysis Report, um relatório com os nºs dos incidentes reportados no âmbito dos serviços de confiança eletrónicos em 2019, como assinaturas digitais, certificados digitais, selos temporais, etc., usados nas transações eletrónicas. O documento mostra que o nº de incidentes reportados em 2019 aumentou 78% - o que, segundo o relatório, se deve a um maior reporte pelas entidades e não tanto a um aumento efetivo no nº de incidentes.
A Comissão Europeia, a 22 de julho, publicou o texto Cybersecurity Our digital anchor, a European perspective 2020, em que a cibersegurança é colocada no centro da estratégia digital europeia.
A Comissão Europeia, a 24 de julho, publicou o documento Report on Member States’ Progress in Implementing the EU Toolbox on 5G Cybersecurity, providenciando uma visão sobre o estado da implementação da toolbox sobre o 5G e a cibersegurança na União Europeia.
A Resolução do Conselho de Ministros nº 55/2020, de 31 de julho de 2020, aprovou a Estratégia para a Inovação e Modernização do Estado e da Administração Pública 2020-2023, contemplando, entre outras medidas, o reforço dos níveis de cibersegurança dos organismos da Administração Pública, através do Quadro Nacional de Referência para a Cibersegurança.
A APDSI, a 31 de julho, apresentou o documento Mapeamento das necessidades de competências na área das TICE visando o ajuste da oferta formativa, no qual se identifica a cibersegurança como uma das áreas com mais procura e a exigir maior investimento em formação.
A INTERPOL, a 4 de agosto, divulgou o documento Cibercrime: Covid-19 Impact, no qual apresenta o impacto mundial da Covid-19 no cibercrime. O documento destaca algumas ameaças que usam este tema: phishing e esquemas fraudulentos; malwaredisruptivo (ransomware e DDoS) contra infraestruturas críticas; malware de recolha de dados; domínios maliciosos; e desinformação.
A Comissão Europeia abriu uma call, no âmbito do CEF Telecom 2020, na componente de Cibersegurança, com o prazo limite de 5 de novembro de 2020, para a apresentação de projetos que estimulem a cooperação europeia no aumento da resiliência em cibersegurança e reforcem a confiança nas redes e nos serviços do mercado único digital.